Que as palavras ora proferidas sejam mais do que uma saudação a vocês. Queremos que elas sirvam também como recomendações valiosas para a vida na Marinha.
Acabamos de assistir à sua entrada pelo túnel que leva até a parte mais alta da ilha de Villegaignon, os arredores do também histórico Páteo Saldanha. Ali, durante alguns anos, estarão vocês, seus corações e suas idéias; ali estará também o rústico e pesado túnel por onde sua curta marcha passou, comparável, pela grandeza que possui, à solidez e às crenças que serão apresentadas por seus instrutores, em cumprimento aos currículos escolares que aqui se utilizam e são constantemente renovados.
Vamos tratar, inicialmente, das fardas que receberam e passarão a vestir, cada uma com suas utilidades e valores representativos. Levarão elas consigo o respeito que deverá impor o seu uso. Honrá-las será sua obrigação constante, ao longo dos anos em que as vestirem.
Ligados ao uso cuidadoso do uniforme estarão sempre o respeito e obediência às ordens de seus superiores hierárquicos e o trato cordial e justo com os “mais modernos” que vocês. Lembrem-se sempre, porém, que o relacionamento militar depende de forma vital do correto uso de sua capacidade de liderança e da atenção que deve ser conferida ao futuro profissional, à carreira, e até à vida dos subalternos com quem lidarão em serviço.
Outra determinação a passar-lhes hoje é a de sempre seguir os bons exemplos. Aqui nesta Escola há inúmeros militares de excelente gabarito, cuja ação em serviço é francamente identificável. Imitá-los, sem perder sua personalidade própria, é dever daqueles que estão aprendendo.
Poderia eu prosseguir enumerando e citando muito mais recomendações e observações pertinentes a pontos básicos do cumprimento de regras de procedimentos da Marinha. Hoje, entretanto, ficamos por aqui.
Há, nos currículos de nossos cursos, instruções detalhadas que lhes serão apresentadas por instrutores de experiências vividas. Caberá a eles colocá-los inteiramente a par do que interessa, no devido tempo. Há, porém, algo a que desejo referir-me agora e finalizando minha conversa com vocês. É a conclusão que, mais cedo ou mais tarde, se fará evidente a cada um: “O navio tem alma e é a razão de ser de minhas preocupações”. E se alguém estranhar o que você afirma, apenas lhe diga que foi a vida que lhe contou.
Acho que consegui deixar clara a conclusão do que acabei de lhes falar: para o êxito naval nas diversas missões que lhes competirem, é fundamental a eficiência do binômio constituído por ambos, homem e navio, numa sólida união que componha, hoje em dia, um ingrediente tecnológico que assegure o atendimento dos propósitos desejados, em ritmo operacional moderno.
Ao trabalho, pois! E tudo para uma digna, longa e profícua carreira. Viva a Marinha!
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